quarta-feira, 25 de abril de 2012

As Artes Marciais e a Meditação - Parte 1

por Júlio César de Castro



Nos filmes de artes marciais, especialmente os mais antigos, é muito comum se relacionar a meditação a esta “tradição milenar da guerra”. Não é rara a cena de um mestre oriental ou um atleta moderno, em posição de meditação com os olhos fechados e respirando profundamente.

Muitos alunos curiosos já me perguntaram sobre essa relação, e se a meditação de alguma maneira pode auxiliar na aplicação prática de um combate real, e visando esclarecer este tema, vamos aprofundar mais um pouco no assunto.

A meditação não só pode ajudar na eficiência do combate durante uma luta, como também em várias áreas do cotidiano, porém neste primeiro artigo, vamos nos ater a dois aspectos específicos: o “desenvolvimento da concentração” e do “controle emocional”

É muito natural que dois lutadores que possuam um nível técnico muito similar, que fazem treinamentos parecidos e tem o preparo físico equivalente, apresentarem rendimentos extremamente diferentes durante uma situação real de competição. Será que só o treinamento físico é suficiente?

Na verdade, esse é um dos grandes segredos dos campeões. Quando dois atletas, independente do esporte, têm o nível técnico equiparado, o que fará a diferença entre quem perde e quem vence é a capacidade de manter a concentração e o controle emocional durante um período de grande pressão, seja uma competição esportiva ou não.

É exatamente neste ponto que a meditação pode ser muito interessante, pois um dos resultados de uma prática bem executada é o desenvolvimento da concentração e do controle emocional. Existem vários tipos de meditação, práticas distintas e objetivos diversificados, porém, inicialmente vamos focar nesses dois aspectos específicos, para que o praticante possa acompanhar o seu desenvolvimento.

Acredito que todos que gostam de artes marciais já tenham visto algum filme de luta, ou algum mestre que diga: “Esvazie a sua mente para lutar, a cabeça está cheia, não pense em nada.”
Mas o que exatamente isso que dizer?

A mente é um instrumento a nossa disposição, que se não for disciplinada, é como um cavalo puro sangue sem rédeas. Para que seja possível cavalgar na direção desejada, aproveitando todo o potencial do “puro sangue”, é fundamental aprender a discipliná-lo.

No próximo artigo aprofundaremos mais sobre como fazê-lo, e também como a meditação pode ser benéfica em outras áreas da vida.

Oss


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