por Júlio César de Castro
Nos filmes de artes marciais,
especialmente os mais antigos, é muito comum se relacionar a meditação a esta “tradição
milenar da guerra”. Não é rara a cena de um mestre oriental ou um atleta
moderno, em posição de meditação com os olhos fechados e respirando
profundamente.
Muitos alunos curiosos já me
perguntaram sobre essa relação, e se a meditação de alguma maneira pode
auxiliar na aplicação prática de um combate real, e visando esclarecer este
tema, vamos aprofundar mais um pouco no assunto.
A meditação não só pode ajudar na
eficiência do combate durante uma luta, como também em várias áreas do
cotidiano, porém neste primeiro artigo, vamos nos ater a dois aspectos
específicos: o “desenvolvimento da concentração” e do “controle emocional”
É muito natural que dois
lutadores que possuam um nível técnico muito similar, que fazem treinamentos
parecidos e tem o preparo físico equivalente, apresentarem rendimentos extremamente
diferentes durante uma situação real de competição. Será que só o treinamento
físico é suficiente?
Na verdade, esse é um dos grandes
segredos dos campeões. Quando dois atletas, independente do esporte, têm o
nível técnico equiparado, o que fará a diferença entre quem perde e quem vence
é a capacidade de manter a concentração e o controle emocional durante um
período de grande pressão, seja uma competição esportiva ou não.
É exatamente neste ponto que a
meditação pode ser muito interessante, pois um dos resultados de uma prática
bem executada é o desenvolvimento da concentração e do controle emocional.
Existem vários tipos de meditação, práticas distintas e objetivos
diversificados, porém, inicialmente vamos focar nesses dois aspectos
específicos, para que o praticante possa acompanhar o seu desenvolvimento.
Acredito que todos que gostam de
artes marciais já tenham visto algum filme de luta, ou algum mestre que diga:
“Esvazie a sua mente para lutar, a cabeça está cheia, não pense em nada.”
Mas o que exatamente isso que
dizer?
A mente é um instrumento a nossa
disposição, que se não for disciplinada, é como um cavalo puro sangue sem
rédeas. Para que seja possível cavalgar na direção desejada, aproveitando todo
o potencial do “puro sangue”, é fundamental aprender a discipliná-lo.
No próximo artigo aprofundaremos
mais sobre como fazê-lo, e também como a meditação pode ser benéfica em outras
áreas da vida.
Oss
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